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domingo, 7 de outubro de 2012

PT, PMDB e PSB concentram mais da metade dos recursos destinados aos candidatos a prefeito




Conhecido como um dos países com maiores indicadores de desigualdade social em todo o mundo, o Brasil também vê uma enorme concentração de recursos nas campanhas eleitorais. Apenas três partidos ficaram com mais da metade das doações declaradas, até agora, pelas 28 legendas que lançaram nomes a prefeito nas 26 capitais estaduais. Somente os candidatos do PT, do PMDB e do PSB arrecadaram R$ 67,5 milhões (55%) dos R$ 122 milhões levantados por todas as candidaturas que prestaram informações à Justiça Eleitoral.
Esses três partidos respondem por apenas 41 (21%) dos 192 postulantes às prefeituras nas capitais. Seus nomes, porém, demonstram mais força na hora de arrecadar. Um mês antes das eleições, mais de R$ 24 milhões já haviam abastecido as campanhas de candidatos do partido da presidenta Dilma Rousseff (PT). Cerca de R$ 22 milhões haviam sido destinados aos correligionários do vice-presidente Michel Temer (PMDB). E outros R$ 21 milhões tiveram como destino os companheiros do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), cotado para disputar as eleições presidenciais de 2014. PSDB e DEM completam a lista dos cinco partidos com mais dinheiro arrecadado.
Veja quanto cada candidato declarou ter recebido, até agora, capital por capital:
Campeões de arrecadação

A concentração não se restringe aos partidos. O montante arrecadado por todos os candidatos nas capitais também está em pouquíssimas mãos. Os dez maiores arrecadadores ficaram com quase metade de todo o bolo. Esse seleto grupo declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter recebido R$ 56 milhões (46% do total) de pessoas físicas e jurídicas para disputar as eleições deste domingo.
Os dados fazem parte da segunda parcial das prestações de contas dos candidatos, divulgada em 2 de setembro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há registros de 163 candidatos; outros 29 ainda não declararam ao TSE quanto receberam em doações.
Os cinco maiores arrecadadores, segundo a parcial mais recente, são Fernando Haddad (PT), José Serra (PSDB), ambos em São Paulo; Eduardo Paes (PMDB), no Rio, Roberto Cláudio (PSB), em Fortaleza, e Gabriel Chalita (PMDB), também na capital paulista.


No rastro do dinheiro
Além da concentração de recursos, os dados oficiais também permitem outras duas conclusões: os candidatos à reeleição têm mais facilidade para arrecadar mais e quem levanta o maior volume de dinheiro tem desempenho melhor nas pesquisas eleitorais. Dos oito prefeitos que tentam renovar o mandato, cinco aparecem como maiores arrecadadores em seus municípios. Elmano Férrer (PTB), em Teresina; Fortunati (PDT), em Porto Alegre, e Paulo Garcia (PT), em Goiânia, são os únicos prefeitos que não figuram como campeões de arrecadação em suas cidades.
Os maiores doadores, em cada capital, aparecem na primeira ou na segunda colocação em 20 das 26 cidades. Ou seja, a grande maioria deles vai às urnas, amanhã, com boas chances de vencer ou avançar para o segundo turno. Dos dez maiores arrecadadores nas capitais, somente Gabriel Chalita (PMDB), em São Paulo, não aparece entre os cotados para seguir na disputa eleitoral, de acordo com as últimas pesquisas.
Não declararam
Dos 192 candidatos a prefeito nas capitais, 29 não entregaram à Justiça Eleitoral qualquer informação sobre o quanto arrecadaram durante a campanha. Ainda assim, eles não sofrerão qualquer tipo de sanção, pois a legislação eleitoral só exige que essas informações sejam entregues na prestação de contas final.
Nas cidades em que o prefeito for eleito em primeiro turno, todos os candidatos deverão prestar contas até 6 de novembro e nas cidades em que houver segundo turno, o prazo vai até 27 de novembro. Segundo a assessoria de imprensa do TSE, as informações serão divulgadas até uma semana depois do prazo final. Até agora, a Justiça já divulgou duas parciais de prestação de contas de todos os candidatos do país, uma em agosto e outra em setembro. Na página do TSE, é possível identificar, além dos valores doados, quem são os financiadores de campanha de cada candidato.


Uol