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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ex-secretário-geral do Vaticano revela cartas com denuncias de esquemas de corrupção enviadas ao papa.

Depois das recentes manifestações contra corrupção no Vaticano, um novo escândalo de corrupção abalou a liderança da Igreja Católica.
O programa “Gli Intoccabili” (Os intocáveis) do canal italiano “La 7” exibiu diversas cartas em que o ex-secretário-geral do Vaticano, o arcebispo Carlo Maria Vigano, denuncia superfaturamento e outras irregularidades na Santa Sé. As cartas teriam sido enviadas pelo arcebispo no ano passado a autoridades superiores, incluindo o papa Bento XVI.
Segundo Gianluigi Nuzzi, apresentador do programa, o arcebispo italiano, de 70 anos, enviou uma carta a Bento XVI em 27 de março de 2011 na qual se lamentava das “corruptelas e privilégios” que tinha visto após assumir o cargo de secretário-geral do Governatorato em julho de 2009.
Vigano teria dito que a situação que viu “causaria desconcerto em todos aqueles que acharam que seria possível sanear tantas situações de corrupção e prevaricação há muito tempo radicadas na gestão das diferentes direções da administração vaticana”. E em uma de suas cartas escreveu: “jamais teria pensado em me encontrar perante uma situação tão desastrosa, que apesar de ser inimaginável era conhecida por toda a Cúria”.

De acordo com o jornal Corriere della Sera o arcebispo denunciou que no Vaticano “trabalham sempre as mesmas empresas, enquanto outras ficam de fora, porque não existe transparência alguma na gestão dos contratos de construção e de engenharia”.
Em suas denúncias Vigano citou que a Fábrica de São Pedro, empresa responsável pela manutenção dos prédios do Vaticano, apresentou uma conta “astronômica”, de 550 mil euros, pela construção do portal de Belém, colocado na Praça de São Pedro em 2009.
Em uma de suas cartas ao papa o ex-secretário-geral chegou a afirmar que durante sua gestão conseguiu que o Vaticano passasse de 8,5 milhões de perdas em 2009 a um lucro de 34,4 milhões em 2010.
Nuzzi disse durante seu programa que com sua política de rigor o arcebispo ganhou muitos inimigos e por isso foi tirado do Governatorato e enviado aos EUA para atuar como núncio apostólico (representante diplomático do Vaticano), mesmo depois de pedir para permanecer no cargo no Vaticano, no qual sua permanência estava prevista até 2014.
Embora tenha reconhecido a autenticidade dos documentos, o Vaticano criticou a reportagem pela “publicação de documentos reservados” e disse que a TV “trata assuntos complicados de maneira parcial e banal”. A Santa Sé disse também estar pronta a ir à justiça “defender a honra de pessoas honestas”.

Fonte: Gospel+

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